quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Até já, Paulo




O melhor companheiro, amigo e camarada que podia ter. Dói que se farta Paulo, dói este vazio, este sentimento de perda, dói muito saber que nesta vida terrena não vamos escapar para uma jantarada depois do serviço terminado, que terei de esperar pela minha vez para voltar a pedir-te aquela foto especial. Eras mágico no teu ofício e, sabes, é uma raridade encontrar alguém que como tu, que combine profissionalismo extremo com uma sabedoria e bondade sem limites. A tua melhor foto é a que gravaste na nossa alma. 

Até já, amigo. 

PS: O Paulo deixou duas filhas e uma mulher fantásticas. Tinha tanto orgulho nelas. Falava com desvelo de pai e carinho de marido amado. Fiz um Mundial com ele, na Coreia, e viajamos juntos por meia Europa. Como todos os que amam este ofício, queimou os neurónios em noites e madrugadas intermináveis, cobriu centenas de jogos europeus, provavelmente milhares em Portugal, stressou e foi stressado, falhou aniversários e compromissos, apanhou sustos, tropeçou em dúvidas existenciais, enganou-se, brilhou, foi genial, errou. Desapareceu num acidente estúpido. Só para lembrar aos que insultam, ameaçam e batem nos jornalistas: sim, somos humanos. 


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